O Ser-Humano, tão frágil em sua pele
e ao mesmo tempo tão rígido em seu orgulho.
Não vê o tumor em seu olho, pois não tem mais coragem de se olhar no espelho,
e aos pouco consome-se por tanta hipocrisia e ideias distorcidas de justiça.
Deixa-se mover pela fúria quando sente seu suor escorrer sem compaixão, para que outro
se deleite da boa cama, da boa comida, da água fresca em seu rosto.
E cansado já de tirar leite de pedras, já não aguentando mais a pressão
de sobreviver em migalhas que caem da boca de quem se alimenta sem preocupação,
ele cai em loucura e busca tirar mesmo dos que quase não têm.
Então ele é amarrado, apedrejado, surrado e humilhado, tendo seu sangue exposto
à réplicas do que ele foi um dia, antes de cair em loucura.
O Ser-Humano luta incessantemente e se mata aos poucos, para conseguir de volta aquilo que
ele mesmo tirou de si... Á Paz..